Vez por outra,
ocorrem perpetrações de acusações e ataques por parte de determinados setores a
pessoas e instituições, contudo, o ponto nevrálgico desses ataques em geral,
seja sempre aos da base da pirâmide, nesse caso in sito os praças da Polícia
Militar. Tornou-se tradição ou estratégia de alguns gestores, que para ocultar
ou mascarar a falta de implementação séria de uma política de segurança pública,
usar determinados subterfúgios para desacreditar aqueles que reivindicam o que
está na Lei, transformando-os em criminosos.
O excelente
escritor francês, Honoré de Balzac, respeitável por suas pormenorizadas
observações, em seu romance “As Ilusões Perdidas”, “não deixou dúvidas sobre os
riscos da mídia se transformar em veículos ideológicos, parciais, pessoais, ao
usar do seu poder de formar a opinião pública”, ou, ainda como afirmou José
Augusto Camargo, “distorcer, selecionar, divulgar opiniões como se fossem fatos
não é exercer o jornalismo, mas, sim, manipular o noticiário cotidiano segundo
interesses outros que não os de informar com veracidade”.
Citamos aqui o fato
de dois Sargentos da Polícia Militar de Santo Antonio de Jesus estar sendo
acusados de criminosos, execrados, tendo seus nomes jogados na lama como se
fosse uma verdade absoluta, mas vejamos quem são esses dois sargentos que são
taxados como “criminosos” pela Instituição Policial Militar, por órgãos de
imprensa e pelo Estado.
Inicialmente vamos
falar um pouco do Sargento Marcus Vinícius:
Natural de Feira de
Santana, nascido em 26/06/1972, pai de 02 filhos de 10 e 12 anos, evangélico
desde o ano de 2007, Policial Militar desde 20/06/1994, formando como Soldado
no então 5º Batalhão de Polícia Militar com sede no Centro Administrativo da
Bahia – Salvador. Ingressou no Curso de Cabos da Polícia Militar no mês de maio
de 1997 em Camaçari. Em maio de 1999 é transferido para servir no 14º Batalhão e
Promovido à 1º Sargento PM no mês de setembro de 2002.
Foi auxiliar da
Seção de Planejamento Operacional entre os anos de 2000 e 2003;
Em 2003, foi
auxiliar da Coordenação do Curso de Formação de Soldados realizado no 14º
Batalhão, assim como foi também monitor do referido curso, seqüenciando como
monitor de vários outros cursos de formação de Sargentos e Soldados da PMBA;
No ano de 2004,
participou do Curso de Tropa Montada no Esquadrão de Polícia Montada na Capital
do Estado a fim de assumir a função de sargenteante do Núcleo de Cavalaria
nomeado como Tropa de Centaurus do 14º Batalhão de Polícia Militar;
Com a implementação
da Tropa Centaurus como responsável pela Ronda Escolar, conseguiu aproximar
toda essa comunidade com a Polícia Militar, demonstrando uma verdadeira
parceira entra a PM-Comunidade;
Foi integrante do
PROA (Programa Organizações Aprendentes da Polícia Militar) que tinha como
finalidade a motivação e a transmissão de conhecimentos para todo o efetivo do
14º batalhão;
Participante do
Curso de Polícia Comunitária em Feira de Santana;
Em 2008, foi
encaminhado para a cidade de Juazeiro a fim de participar do Curso de Formação
PROERD (Programa de Resistência às Drogas e a Violência) ministrado por
Policiais Militares do Rio de Janeiro, tornando-se dessa forma o verdadeiro elo
de ligação com a comunidade escolar;
Após o ano de 2008
já participou diretamente da formação de mais de 1.000 (mil) jovens das redes
estadual, municipal e particular no Curso do PROERD;
Ministrou diversas
palestras nas cidades de Dom Macedo, Muritiba, Mutuipe, São Miguel das Matas,
além das paróquias da cidade, bem como nas escolas do município de Santo
Antonio de Jesus
Em 2009 foi eleito
Policial Padrão como reconhecimento pelos serviços prestados;
Participou do
planejamento e da implementação da 5ª Companhia de Polícia Militar com sede no
Bairro da Urbis III, tendo, por conseguinte deslocado o Núcleo de Cavalaria
para aquela localidade, proporcionando uma nova dinâmica na forma de
Policiamento.
Está no excepcional
comportamento, nunca tendo sido punido durante toda a sua vida policial.
Relacionando-se ao
Sargento Ataide podemos citar os seguintes aspectos:
Natural de Santo
Antonio de Jesus, filho de lavradores, nascido na zona rural em 03/12/1973,
Policial Militar desde 16/11/1993, formando como Soldado no 1º Batalhão de
Polícia Militar com sede em Feira de Santana.
Foi apresentado no
14º Batalhão de Polícia Militar em 03/06/1994 passando a servir no município
até o ano de 1999;
Em maio de 1999 foi
transferido para o Batalhão de Polícia de Choque, trabalhando no Pelotão de
CTDC (Controle de Tumulto e Distúrbio Civil) e posteriormente ROTAMO (Ronda
Tático Motorizada) retornando ao 14º Batalhão no ano de 2000;
Ingressou na UNEB –
Universidade do Estado da Bahia no ano de 2001, obtendo o Nível Superior ao concluir
o Curso de Graduação em Geografia pelo respectivo Estabelecimento de Ensino;
No ano de 2002
ingressou no SME (Setor de Missões Especiais) com o fito de auxiliar através de
coleta e sistematização de dados, as ações de redimensionamento do policiamento
na área do batalhão, demonstrando onde a criminalidade estava presente para que
o Policiamento Ostensivo atuasse de forma mais incisiva;
Participava de
coleta de dados, principalmente nas proximidades das escolas, a fim de coibir
principalmente o tráfico de entorpecentes nesses estabelecimentos, com o apoio
do policiamento ostensivo;
Em 2004 foi
convocado para o Curso de Formação de Sargentos Combatentes, em virtude de ter
sido aprovado em concurso, obtendo a 5ª colocação no geral do referido curso;
Elogiado em Boletim
pelo empenho em auxiliar as famílias de policiais, vítimas de assassinato, no
ano de 2005 na Capital do Estado;
Em 2005, após a
conclusão do Curso de Formação de Sargentos foi apresentado de volta ao 14º
Batalhão de Polícia Militar, onde permaneceu desempenhando o seu papel no SME
da Unidade Operacional;
Participou do
Curso, Técnicas e Táticas Policiais no ano de 2005;
Participou do Curso
de Qualidade no Atendimento pelo Senai;
Em 2006 foi
novamente elogiado em Boletim Interno da corporação por não se deixar ser
corrompido após efetuar uma prisão de indivíduos de posse de uma carga de
materiais eletro-eletrônicos, avaliada em cerca de 300.000,00 (trezentos mil
reais);
Participante de
diversos cursos ministrados pela SENASP (Secretaria Nacional de Segurança
Pública), dentre eles:
·
Mediação de Conflitos;
·
Violência, Criminalidade e Prevenção;
·
Identificação Veicular;
·
Polícia Comunitária;
·
Gerenciamento de Crises;
·
Atuação Policial Frente aos Grupos
Vulneráveis;
·
Enfrentamento da Exploração Sexual de
Crianças e Adolescentes;
·
Policiamento Orientado Para o
Problema.
Eleito Policial
Padrão do 14º Batalhão de Polícia Militar por duas vezes (como reconhecimento
pelos serviços prestados, bem como pela sua conduta);
Participante do
Curso de Inteligência Policial realizado na cidade de Feira de Santana;
Elogiado pelo
Comando Geral da Corporação no dia 06/09/2011 por ter participado em ocorrência
envolvendo marginais que assaltaram um supermercado na cidade de Varzedo, vindo
a culminar com o confronto na cidade de Santo Antonio de Jesus, onde as
guarnições envolvidas na ação recuperaram todo o montante roubado, bem como
efetuou a prisão de todos os envolvidos, apresentando todo o material e
indivíduos na Delegacia local;
Encontra-se no
excepcional comportamento, nunca tendo sofrido qualquer punição durante toda a
sua carreira policial.
Portanto senhores fica
aqui registrado um pouco da história desses dois homens que são acusados pelo
Estado de crimes de formação de quadrilha, roubo de viaturas, danos ao
patrimônio público, dano ao patrimônio privado, atribuindo-lhes fatos ocorridos
em outros municípios durante o Movimento Reivindicatório dos Policiais
Militares.
É válido ainda
ressaltar que toda a sociedade santo-antoniense (através dos seus
representantes), Associação Comercial, Sindicato dos Comerciários, Poder
Judiciário, Autoridades Municipais, esteve reunida no 14º Batalhão de Polícia
Militar, e pode ser verificado que durante todo o período de Manifestação em
nenhum momento a sociedade santo-antoniense foi desprotegida, submetida a
qualquer tipo de crime, tornada refém, roubada, etc., como afirmam aqueles que
acusam os policiais acima nominados de “criminosos”.
Ademais, crimes
atribuídos aos policiais que em momento algum saíram da cidade é um total
desrespeito ao que estabelece o Estado Democrático de Direitos e como foi
afirmado que os mesmos serão transferidos para um Presídio de Segurança Máxima,
como se fossem “criminosos de alta periculosidade” é uma verdadeira barbárie.
O único “crime” que
estes policiais cometeram foi aquele ensinado durante toda a vida deles, ou
seja, lutar incessantemente e incondicionalmente por seus direitos, pela defesa
dos interesses daqueles que historicamente foram marginalizados. Outro pecado
que cometeram foi o despertar para a reflexão sobre a situação que assola a
Polícia Militar da Bahia há quase 15 anos por conta de uma Lei que foi “esquecida”.
Reiteramos de forma
peremptória que o crime cometido por esses profissionais, que sempre se
pautaram no respeito à sociedade, não foi o crime de lutar por aumento salarial
e sim lutar para que a Lei fosse cumprida pelo Estado. Os policiais que lutaram
e muitos estão sendo presos agora lutaram para que a Lei 7.145/97 (Lei da GAP)
fosse cumprida, para que o acordo firmado com o Estado em 2009 fosse mantido.
Esse é o “crime de terror” pelo qual eles estão sendo acusados, bem como tantos
pela Bahia afora.
Muitos que não os
conheciam, agora podem emitir um juízo de valor sobre as pessoas acima
relacionadas sem se deixar influenciar pelos meios de comunicação de massa,
especialmente por meios televisivos que prestam um desserviço social quando
mostram inverdades tentando induzir as pessoas ao erro.
Certamente os
mesmos estão prontos para ser julgados, não pela justiça convencional ou
tradicional na qual eles acreditavam e querem voltar a acreditar e que sempre
trabalharam para garantir. Os mesmos se colocam para ser julgados pela justiça
do povo que certamente se identificam com as suas histórias, pois, ao ler a
Constituição Federal vê que em nada ou muito pouco do que está escrito, se
traduz em realidade. Como é possível conceber um país com a sexta maior
economia mundial em que crianças ainda morrem de inanição, pessoas morrem à
míngua nas filas de hospitais, muitos são empurrados para a marginalidade por
falta de emprego, educação, culturas diversas e lazer?
Esses cidadãos
marginais conhecidos como Marcus Vinícius e Ataide estão sendo tratados como
“criminosos de alta periculosidade”, porque despertaram as pessoas de Santo
Antonio de Jesus, da Bahia e porque não ousar dizer do Brasil a discutir Segurança Pública com seriedade, pois lidam
com o principal dos direitos dos cidadãos – A VIDA HUMANA – e com a garantia de
tantos outros direitos. Como poderiam garantir direitos alheios se os direitos
dos mesmos não são respeitados e garantidos, não seria isso um paradoxo? Esses
cidadãos marginais, ou “criminosos” como são taxados hoje, levaram as pessoas a
refletirem sobre o seu papel de protagonista na construção da história desse
país que é de uns poucos, como eles querem fazer parecer.
Esses cidadãos
marginais, ou “criminosos” tornaram-se de alta periculosidade porque
conseguiram fazer com que os praças, que muitos consideram uma subclasse ou uma
categoria de analfabetos e alienados, se percebessem como cidadãos. Pessoas que
conduzem outras à reflexão tornam-se perigosas para os que ocupam os espaços de
poder.
Agora que já
garantiram o direito de ampla defesa e contraditório estão prontos para serem
julgados pela sociedade que juraram defender mesmo com o risco da própria vida
e sabem, mais do que nunca, que nesse momento esse risco é real.
Em nome da ASPRA
(Associação de Policiais, Bombeiros e seus Familiares), de todos os policiais
militares da Bahia, os mesmos pedem desculpas por todos os transtornos que
possam ter causado à sociedade com o Movimento Reivindicatório (isso a
sociedade santo-antoniense pode julgar), mas querem afirmar que esse foi o
último meio que deixaram para que o grito de dor fosse ouvido. O grito de dor
pela perda de vários policiais militares que são mortos todos os dias na Bahia,
o grito de dor das mães e pais de família que os enterram e o Estado os deixam
órfãos. Tudo isso foi um mal necessário, assim como a polícia muitas vezes é
tratada – um mal necessário.
Na oportunidade, esses
dois policiais, agradecem a todas as manifestações de apoio e solidariedade, a
cada pessoa que orou, mandou alimentos, aos meios de comunicação sérios, aos
advogados e a toda sociedade santo-antoniense. Um obrigado dos mesmos àqueles
que se preocuparam e continuam preocupados, que choraram, que não disseram
nada, mas os abraçaram e direcionaram um olhar carinhoso. Um obrigado especial
dos mesmos a cada soldado, sargento, que estiveram envolvidos nesse processo.
Também agradecem aos soldados, sargentos, subtententes, tenentes, capitães, que
mesmo não aderindo, sabiam que ali naquele local estavam pessoas, cidadãos,
pais de família muitas vezes marginalizados, que lutavam, não por um policial,
mas por toda uma Corporação que vêm sendo massacrada há mais de 185 anos e que
faz jus ao hino que é seu signo maior – “Centenária milícia de Bravos... o teu
sangue regou nosso solo, ajudastes edificar a Nação”.
Manifestação De Familiares E Amigos Dos Sargentos Ataíde E Marcos Vinícius, Foi Realizada Em Santo Antônio De Jesus
Na manhã deste sábado (25), em Santo Antônio de Jesus, foi realizado uma manifestação de familiares e amigos dos Sargentos Ataíde e Marcos Vinícius, para divulgar a idoneidade dos sargentos.
A passeata contou com cerca de 60 pessoas portando cartazes e faixa em apoio ao PMS.
A manifestação partiu da Biblioteca e seguiu pelas principais avenidas da cidade, terminando na Praça Padre Mateus.
O senhor Carlos Ataíde, que é irmão do Sargento Ataíde, nos informaram que os sargentos se apresentaram ao comando geral da PM, em Salvador, na última quinta-feira (23), para realizarem exame de corpo delito.
O Sargento Ataíde foi acusado de envolvimento em uma queima de ônibus, enquanto a PM estava de greve.
Da Redação News SAJ
Fotos: Jheffesson Santos
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