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SARGENTO MARCUS VINÍCIUS E SARGENTO ATAIDE TRATADOS COMO CRIMINOSOS

O dicionário Aurélio registra assim o significado da palavra “factóide”: “Fato, verdadeiro ou não, divulgado com sensacionalismo, no propósito deliberado de gerar impacto diante da opinião pública e influenciá-la”. Frente à tão clara definição, cabe acatá-lo ou rejeitá-lo, mas o que dizer quando a própria instituição à qual pertencem ser a primeira a criá-lo?.
Vez por outra, ocorrem perpetrações de acusações e ataques por parte de determinados setores a pessoas e instituições, contudo, o ponto nevrálgico desses ataques em geral, seja sempre aos da base da pirâmide, nesse caso in sito os praças da Polícia Militar. Tornou-se tradição ou estratégia de alguns gestores, que para ocultar ou mascarar a falta de implementação séria de uma política de segurança pública, usar determinados subterfúgios para desacreditar aqueles que reivindicam o que está na Lei, transformando-os em criminosos.
O excelente escritor francês, Honoré de Balzac, respeitável por suas pormenorizadas observações, em seu romance “As Ilusões Perdidas”, “não deixou dúvidas sobre os riscos da mídia se transformar em veículos ideológicos, parciais, pessoais, ao usar do seu poder de formar a opinião pública”, ou, ainda como afirmou José Augusto Camargo, “distorcer, selecionar, divulgar opiniões como se fossem fatos não é exercer o jornalismo, mas, sim, manipular o noticiário cotidiano segundo interesses outros que não os de informar com veracidade”.
Citamos aqui o fato de dois Sargentos da Polícia Militar de Santo Antonio de Jesus estar sendo acusados de criminosos, execrados, tendo seus nomes jogados na lama como se fosse uma verdade absoluta, mas vejamos quem são esses dois sargentos que são taxados como “criminosos” pela Instituição Policial Militar, por órgãos de imprensa e pelo Estado.
Inicialmente vamos falar um pouco do Sargento Marcus Vinícius:
Natural de Feira de Santana, nascido em 26/06/1972, pai de 02 filhos de 10 e 12 anos, evangélico desde o ano de 2007, Policial Militar desde 20/06/1994, formando como Soldado no então 5º Batalhão de Polícia Militar com sede no Centro Administrativo da Bahia – Salvador. Ingressou no Curso de Cabos da Polícia Militar no mês de maio de 1997 em Camaçari. Em maio de 1999 é transferido para servir no 14º Batalhão e Promovido à 1º Sargento PM no mês de setembro de 2002.
Foi auxiliar da Seção de Planejamento Operacional entre os anos de 2000 e 2003;
Em 2003, foi auxiliar da Coordenação do Curso de Formação de Soldados realizado no 14º Batalhão, assim como foi também monitor do referido curso, seqüenciando como monitor de vários outros cursos de formação de Sargentos e Soldados da PMBA;
No ano de 2004, participou do Curso de Tropa Montada no Esquadrão de Polícia Montada na Capital do Estado a fim de assumir a função de sargenteante do Núcleo de Cavalaria nomeado como Tropa de Centaurus do 14º Batalhão de Polícia Militar;
Com a implementação da Tropa Centaurus como responsável pela Ronda Escolar, conseguiu aproximar toda essa comunidade com a Polícia Militar, demonstrando uma verdadeira parceira entra a PM-Comunidade;
Foi integrante do PROA (Programa Organizações Aprendentes da Polícia Militar) que tinha como finalidade a motivação e a transmissão de conhecimentos para todo o efetivo do 14º batalhão;
Participante do Curso de Polícia Comunitária em Feira de Santana;
Em 2008, foi encaminhado para a cidade de Juazeiro a fim de participar do Curso de Formação PROERD (Programa de Resistência às Drogas e a Violência) ministrado por Policiais Militares do Rio de Janeiro, tornando-se dessa forma o verdadeiro elo de ligação com a comunidade escolar;
Após o ano de 2008 já participou diretamente da formação de mais de 1.000 (mil) jovens das redes estadual, municipal e particular no Curso do PROERD;
Ministrou diversas palestras nas cidades de Dom Macedo, Muritiba, Mutuipe, São Miguel das Matas, além das paróquias da cidade, bem como nas escolas do município de Santo Antonio de Jesus
Em 2009 foi eleito Policial Padrão como reconhecimento pelos serviços prestados;
Participou do planejamento e da implementação da 5ª Companhia de Polícia Militar com sede no Bairro da Urbis III, tendo, por conseguinte deslocado o Núcleo de Cavalaria para aquela localidade, proporcionando uma nova dinâmica na forma de Policiamento.
Está no excepcional comportamento, nunca tendo sido punido durante toda a sua vida policial.


Relacionando-se ao Sargento Ataide podemos citar os seguintes aspectos:
Natural de Santo Antonio de Jesus, filho de lavradores, nascido na zona rural em 03/12/1973, Policial Militar desde 16/11/1993, formando como Soldado no 1º Batalhão de Polícia Militar com sede em Feira de Santana.
Foi apresentado no 14º Batalhão de Polícia Militar em 03/06/1994 passando a servir no município até o ano de 1999;
Em maio de 1999 foi transferido para o Batalhão de Polícia de Choque, trabalhando no Pelotão de CTDC (Controle de Tumulto e Distúrbio Civil) e posteriormente ROTAMO (Ronda Tático Motorizada) retornando ao 14º Batalhão no ano de 2000;
Ingressou na UNEB – Universidade do Estado da Bahia no ano de 2001, obtendo o Nível Superior ao concluir o Curso de Graduação em Geografia pelo respectivo Estabelecimento de Ensino;
No ano de 2002 ingressou no SME (Setor de Missões Especiais) com o fito de auxiliar através de coleta e sistematização de dados, as ações de redimensionamento do policiamento na área do batalhão, demonstrando onde a criminalidade estava presente para que o Policiamento Ostensivo atuasse de forma mais incisiva;
Participava de coleta de dados, principalmente nas proximidades das escolas, a fim de coibir principalmente o tráfico de entorpecentes nesses estabelecimentos, com o apoio do policiamento ostensivo;
Em 2004 foi convocado para o Curso de Formação de Sargentos Combatentes, em virtude de ter sido aprovado em concurso, obtendo a 5ª colocação no geral do referido curso;
Elogiado em Boletim pelo empenho em auxiliar as famílias de policiais, vítimas de assassinato, no ano de 2005 na Capital do Estado;
Em 2005, após a conclusão do Curso de Formação de Sargentos foi apresentado de volta ao 14º Batalhão de Polícia Militar, onde permaneceu desempenhando o seu papel no SME da Unidade Operacional;
Participou do Curso, Técnicas e Táticas Policiais no ano de 2005;
Participou do Curso de Qualidade no Atendimento pelo Senai;
Em 2006 foi novamente elogiado em Boletim Interno da corporação por não se deixar ser corrompido após efetuar uma prisão de indivíduos de posse de uma carga de materiais eletro-eletrônicos, avaliada em cerca de 300.000,00 (trezentos mil reais);
Participante de diversos cursos ministrados pela SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública), dentre eles:
·         Mediação de Conflitos;
·         Violência, Criminalidade e Prevenção;
·         Identificação Veicular;
·         Polícia Comunitária;
·         Gerenciamento de Crises;
·         Atuação Policial Frente aos Grupos Vulneráveis;
·         Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes;
·         Policiamento Orientado Para o Problema.
Eleito Policial Padrão do 14º Batalhão de Polícia Militar por duas vezes (como reconhecimento pelos serviços prestados, bem como pela sua conduta);
Participante do Curso de Inteligência Policial realizado na cidade de Feira de Santana;
Elogiado pelo Comando Geral da Corporação no dia 06/09/2011 por ter participado em ocorrência envolvendo marginais que assaltaram um supermercado na cidade de Varzedo, vindo a culminar com o confronto na cidade de Santo Antonio de Jesus, onde as guarnições envolvidas na ação recuperaram todo o montante roubado, bem como efetuou a prisão de todos os envolvidos, apresentando todo o material e indivíduos na Delegacia local;
Encontra-se no excepcional comportamento, nunca tendo sofrido qualquer punição durante toda a sua carreira policial.
Portanto senhores fica aqui registrado um pouco da história desses dois homens que são acusados pelo Estado de crimes de formação de quadrilha, roubo de viaturas, danos ao patrimônio público, dano ao patrimônio privado, atribuindo-lhes fatos ocorridos em outros municípios durante o Movimento Reivindicatório dos Policiais Militares.
É válido ainda ressaltar que toda a sociedade santo-antoniense (através dos seus representantes), Associação Comercial, Sindicato dos Comerciários, Poder Judiciário, Autoridades Municipais, esteve reunida no 14º Batalhão de Polícia Militar, e pode ser verificado que durante todo o período de Manifestação em nenhum momento a sociedade santo-antoniense foi desprotegida, submetida a qualquer tipo de crime, tornada refém, roubada, etc., como afirmam aqueles que acusam os policiais acima nominados de “criminosos”.
Ademais, crimes atribuídos aos policiais que em momento algum saíram da cidade é um total desrespeito ao que estabelece o Estado Democrático de Direitos e como foi afirmado que os mesmos serão transferidos para um Presídio de Segurança Máxima, como se fossem “criminosos de alta periculosidade” é uma verdadeira barbárie.
O único “crime” que estes policiais cometeram foi aquele ensinado durante toda a vida deles, ou seja, lutar incessantemente e incondicionalmente por seus direitos, pela defesa dos interesses daqueles que historicamente foram marginalizados. Outro pecado que cometeram foi o despertar para a reflexão sobre a situação que assola a Polícia Militar da Bahia há quase 15 anos por conta de uma Lei que foi “esquecida”.
Reiteramos de forma peremptória que o crime cometido por esses profissionais, que sempre se pautaram no respeito à sociedade, não foi o crime de lutar por aumento salarial e sim lutar para que a Lei fosse cumprida pelo Estado. Os policiais que lutaram e muitos estão sendo presos agora lutaram para que a Lei 7.145/97 (Lei da GAP) fosse cumprida, para que o acordo firmado com o Estado em 2009 fosse mantido. Esse é o “crime de terror” pelo qual eles estão sendo acusados, bem como tantos pela Bahia afora.
Muitos que não os conheciam, agora podem emitir um juízo de valor sobre as pessoas acima relacionadas sem se deixar influenciar pelos meios de comunicação de massa, especialmente por meios televisivos que prestam um desserviço social quando mostram inverdades tentando induzir as pessoas ao erro.
Certamente os mesmos estão prontos para ser julgados, não pela justiça convencional ou tradicional na qual eles acreditavam e querem voltar a acreditar e que sempre trabalharam para garantir. Os mesmos se colocam para ser julgados pela justiça do povo que certamente se identificam com as suas histórias, pois, ao ler a Constituição Federal vê que em nada ou muito pouco do que está escrito, se traduz em realidade. Como é possível conceber um país com a sexta maior economia mundial em que crianças ainda morrem de inanição, pessoas morrem à míngua nas filas de hospitais, muitos são empurrados para a marginalidade por falta de emprego, educação, culturas diversas e lazer?
Esses cidadãos marginais conhecidos como Marcus Vinícius e Ataide estão sendo tratados como “criminosos de alta periculosidade”, porque despertaram as pessoas de Santo Antonio de Jesus, da Bahia e porque não ousar dizer do Brasil a discutir  Segurança Pública com seriedade, pois lidam com o principal dos direitos dos cidadãos – A VIDA HUMANA – e com a garantia de tantos outros direitos. Como poderiam garantir direitos alheios se os direitos dos mesmos não são respeitados e garantidos, não seria isso um paradoxo? Esses cidadãos marginais, ou “criminosos” como são taxados hoje, levaram as pessoas a refletirem sobre o seu papel de protagonista na construção da história desse país que é de uns poucos, como eles querem fazer parecer.
Esses cidadãos marginais, ou “criminosos” tornaram-se de alta periculosidade porque conseguiram fazer com que os praças, que muitos consideram uma subclasse ou uma categoria de analfabetos e alienados, se percebessem como cidadãos. Pessoas que conduzem outras à reflexão tornam-se perigosas para os que ocupam os espaços de poder.
Agora que já garantiram o direito de ampla defesa e contraditório estão prontos para serem julgados pela sociedade que juraram defender mesmo com o risco da própria vida e sabem, mais do que nunca, que nesse momento esse risco é real.
Em nome da ASPRA (Associação de Policiais, Bombeiros e seus Familiares), de todos os policiais militares da Bahia, os mesmos pedem desculpas por todos os transtornos que possam ter causado à sociedade com o Movimento Reivindicatório (isso a sociedade santo-antoniense pode julgar), mas querem afirmar que esse foi o último meio que deixaram para que o grito de dor fosse ouvido. O grito de dor pela perda de vários policiais militares que são mortos todos os dias na Bahia, o grito de dor das mães e pais de família que os enterram e o Estado os deixam órfãos. Tudo isso foi um mal necessário, assim como a polícia muitas vezes é tratada – um mal necessário.
Na oportunidade, esses dois policiais, agradecem a todas as manifestações de apoio e solidariedade, a cada pessoa que orou, mandou alimentos, aos meios de comunicação sérios, aos advogados e a toda sociedade santo-antoniense. Um obrigado dos mesmos àqueles que se preocuparam e continuam preocupados, que choraram, que não disseram nada, mas os abraçaram e direcionaram um olhar carinhoso. Um obrigado especial dos mesmos a cada soldado, sargento, que estiveram envolvidos nesse processo. Também agradecem aos soldados, sargentos, subtententes, tenentes, capitães, que mesmo não aderindo, sabiam que ali naquele local estavam pessoas, cidadãos, pais de família muitas vezes marginalizados, que lutavam, não por um policial, mas por toda uma Corporação que vêm sendo massacrada há mais de 185 anos e que faz jus ao hino que é seu signo maior – “Centenária milícia de Bravos... o teu sangue regou nosso solo, ajudastes edificar a Nação”.

Manifestação De Familiares E Amigos Dos Sargentos Ataíde E Marcos Vinícius, Foi Realizada Em Santo Antônio De Jesus





 Na manhã deste sábado (25), em Santo Antônio de Jesus, foi realizado uma manifestação de familiares e amigos dos Sargentos Ataíde e Marcos Vinícius, para divulgar a idoneidade dos sargentos. 



A passeata contou com cerca de 60 pessoas portando cartazes e faixa em apoio ao PMS.


A manifestação partiu da Biblioteca e seguiu pelas principais avenidas da cidade, terminando na Praça Padre Mateus.


O senhor Carlos Ataíde, que é irmão do Sargento Ataíde, nos informaram que os sargentos se apresentaram ao comando geral da PM, em Salvador, na última quinta-feira (23), para realizarem exame de corpo delito.


O Sargento Ataíde foi acusado de envolvimento em uma queima de ônibus, enquanto a PM estava de greve.


Da Redação News SAJ
Fotos: Jheffesson Santos

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