Policial civil quer a presença da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa na cidade de Santo Antônio de Jesus. Segundo ele, a região está sem comando e a população sendo espancada por policiais militares diante de qualquer deslize. Eduardo Queiróz Cruz, 39 anos, foi uma das vítimas no último dia 30. Ele teria feito um comentário que não agradou a 1ª Tenente Patrícia Rebouças da Silva.
Eduardo conta que a oficial comandava uma equipe em ronda no bairro Andaiá e teria chegado ao bar “A Venda”, ordenando que o som fosse reduzido. Na saída da tenente, o policial civil teria comentado que a PM deveria estar de posse de um aparelho que medisse o som antes de impor a redução do volume. Ela não teria gostado do que ouviu e retornou ao estabelecimento, pedindo reforço.
Eduardo Cruz diz que se apresentou como policial civil e tentou mostrar a carteira de identificação – o que não foi permitido pela tenente Patrícia. A partir daí o tumulto se instalou. Os PMs teriam chegado em três viaturas e duas motocicletas despadronizadas e agredido o investigador da Polícia Civil com tapas, socos e pontapés, além de ofensas verbais.
Depois da agressão, o investigador teria sido conduzido na viatura de prefixo 8.14.37 para a 4ª Coordenação de Policiamento do Interior (Coorpin). Segundo a vítima, “a oficial perdeu o controle da equipe e chorou na delegacia, mas tudo já tinha acontecido”, relata Cruz, lembrando que apenas fez uma observação sobre a abordagem da policial militar e as coisas ultrapassaram os limites aceitáveis.
O policial civil é lotado na 11ª Delegacia Territorial, no bairro de Tancredo Neves, em Salvador, e tinha viajado para a cidade de Santo Antônio de Jesus, onde mora a família. Segundo ele, está virando rotina a truculência da PM na cidade. Com dificuldades para se locomover, o investigador procurou a Tribuna da Bahia para fazer este relato. “As pessoas me param nas ruas e pedem para que informe isso aos superiores, mas acho que o momento é para a Comissão de Direitos chegar e analisar a situação”, diz o investigador.
Ontem, por volta das 13h30, a Tribuna entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Militar para obter mais informações sobre o caso, mas só recebeu resposta por volta das 18 horas, por meio de uma nota que informava apenas que ”o referido caso foi registrado em Boletim de Ocorrência nº 6299/25013, na delegacia de Santo Antônio de Jesus, onde o referido policial civil foi autuado em Termo Circunstanciado pelo Delegado Guilherme Gustavo Malta Santa Cruz Pernambuco, por Desacato a Autoridade”. Contudo, a PM não prestou esclarecimentos quanto à denúncia de agressão. News SAJ/Tribuna
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