Brasília - Um confronto entre muçulmanos e cristãos deixou dez mortos e mais de cem feridos no Cairo, capital do Egito. O primeiro-ministro do Egito, Essam Sharaf, convocou uma reunião de emergência do gabinete de governo para discutir a violência religiosa no bairro de Imbaba.
Os confrontos começaram depois que centenas de muçulmanos conservadores se reuniram em frente a uma igreja alegando que uma mulher cristã que se converteu ao islamismo estava sendo mantida contra a sua vontade dentro da igreja. A mulher teria se casado com um muçulmano e queria se converter ao islamismo.
O que começou como uma discussão entre manifestantes, seguranças da igreja e moradores das proximidades evoluiu para um confronto envolvendo armas, bombas e pedras.
Duas igrejas e algumas casas do bairro foram incendiadas e foram necessárias algumas horas para que os serviços de emergência e militares controlassem a situação.
O grupo muçulmano salafista, que adotou uma postura mais expressiva desde que Hosni Mubarak deixou a Presidência em fevereiro, já fez outras denúncias de mulheres sendo mantidas contra a vontade dentro de igrejas.
Em março, 13 pessoas morreram em confrontos semelhantes em outro bairro. Em abril, manifestantes na cidade de Qena, no Sul do Egito, cortaram os transportes para o Cairo durante uma semana em protesto contra a indicação de um governador cristão para a região.
Cerca de 10% da população do Egito são cristãos ortodoxos, os coptas. A maioria da população é muçulmana. Segundo a BBC, a minoria cristã agora teme pela própria segurança caso os muçulmanos conservadores consigam bons resultados nas eleições, marcadas para setembro.
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