Uma aposentada de 75 anos tem que enfrentar viagens de mais de 400 km, entre ida e volta, para tratar um câncer de mama no interior da Bahia.
Dona Madalena Silveira mora em Vitória da Conquista, na região sudoeste do estado, mas tem que ir para Itabuna, na região sul da Bahia, porque é a cidade mais próxima que oferece tratamento contra o câncer.
Dona Madalena é diabética e desenvolveu câncer na mama esquerda há oito meses. Ela descobriu um caroço dolorido depois de um exame de rotina. “Dá uma dor profunda. Tem horas que eu chego a chorar”, conta a idosa.
Foram muitos exames e medicamentos, mas segundo o filho Nelson Pereira, o atendimento pelo Sistema Único de Saúde tem sido deficiente. ‘Exame, medicamentos, a própria cirurgia. As três principais coisas eu não consegui”, lamenta.
Sem atendimento na cidade, Nelson diz que tem buscado ajuda em Itabuna, a 224 quilômetros. “Eu pago para ir. Ela não tem como ir. De ônibus, ela volta pior. Tenho que alugar um carro particular’, conta.
Os exames pedem urgência no tratamento. De acordo com o filho, os médicos recomendaram a cirurgia de retirada da mama. Tudo não sai por menos de R$ 18 mil. “Tem sete meses que eu vendi a casa para cuidar dela. Quando acabou o dinheiro, acabou o tratamento”, diz.
A Prefeitura de Vitória da Conquista disse que não dá auxílio ao tratamento de dona Madalena porque ela não está cadastrada no serviço de tratamento fora de domicílio, responsável pelo atendimento aos pacientes que precisam de tratamento ou cirurgia em outras cidades.
Disse ainda que o atendimento a pessoas com câncer é priorizado. Mas é preciso que o paciente procure a central de marcação da prefeitura, que funciona no centro da cidade.
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