A presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo,
18, em Estocolmo, na Suécia, que a recriação da Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira (CPMF) é crucial para a retomada do
crescimento do Brasil.
"O Brasil precisa aprovar (a CPMF) para
que a gente tenha um ano de 2016 estável do ponto de vista do
reequilíbrio das nossas finanças", afirmou a jornalistas, após encontro
com o rei e a rainha suecos.
Após negar que o encontro com o
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na última sexta-feira (16) tenha
tratado da possível saída dele do governo, Dilma afirmou que a conversa
abordou as medidas que precisam ser aprovadas até o final do ano.
Ao
destacar a necessidade da CPMF, Dilma disse que sem a volta do imposto é
muito difícil estabilizar as contas públicas. "Não vou dizer que é
impossível, mas está no grau de dificuldade máxima. A CPMF é crucial
para o País. Não é uma questão do governo", frisou.
A
presidente disse que não gostaria de ter que elevar a carga tributária
do País, mas admitiu que isso se faz necessário devido a medidas de
renúncia fiscal adotadas em seu primeiro mandato, de 2010 a 2014.
"Um
dos fatos que leva a nossa dificuldade agora é que nós tivemos um nível
de desoneração para além do desejável, se consideramos que - não
tínhamos como saber disso - no futuro ia haver o fim do superciclo de
commodities e que a China ia desacelerar nessa proporção", admitiu.
Segundo
Dilma, como o governo não sabia dessas mudanças na economia global,
optou por reduzir impostos. "É sempre melhor reduzir imposto que
aumentar imposto, a não ser em momentos em que você se defronta com
problemas críticos, como a desaceleração da China, que ninguém contava
(que ocorreria) nessa proporção", explicou.
Questionada sobre
como pretende fazer o Brasil voltar a crescer, Dilma afirmou que o País
busca reequilibrar a economia por meio de um "enorme esforço" para
reduzir os gastos públicos e pela "redefinição" dos preços relativos.
Na
avaliação da presidente, este movimento nos preços levará à redução da
inflação e, devido às mudanças no câmbio, ao aumento das exportações. "A
mudança na forma de fazer o equilíbrio fiscal vai levar também a uma
maior estabilidade macroeconômica", disse.
Dilma citou ainda
esforços do governo em garantir acordos comerciais para impulsionar as
trocas com outros países, como o que vem sendo costurado entre o
Mercosul e a União Europeia, e o programa de concessões em
infraestrutura, que também contribuirá para alavancar o crescimento da
economia brasileira. Com informações do Estadão Conteúdo.
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