No primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), os
candidatos se depararam com uma prova com forte viés ideológico. Uma das
perguntas, presente na prova de Ciências Humanas, virou o assunto do
final de semana nas redes sociais.
A primeira questão trazia uma frase da autora francesa Simone de
Beauvoir, considerada a ‘mãe do movimento feminista moderno’. “Não se
nasce mulher, torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico,
econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da
sociedade”.
Uma série de imagens com uma foto dessa pergunta foi reproduzida por
líderes políticos e também alguns religiosos. Multiplicaram-se os
comentários sobre o assunto, que parece ter tomado conta das interações
nas mídias eletrônicas. No Twitter, o comentário sobre a questão está em
segundo lugar nos assuntos mais comentados no Brasil, perdendo apenas
para #Enem2015.
O deputado Jair Bolsonaro, postou a imagem com o comentário:
“Mais ou tão grave quanto a corrupção é a doutrinação imposta pelo PT
junto a nossa juventude”. Obteve quase 15 mil compartilhamentos e
centenas de comentários que mostram a indignação do público mais
conservador.
Já o deputado pastor Marco Feliciano (PSC/SP)escreveu em seu perfil no Facebook:
“Me parece que a inserção desse texto, uma escolha adrede, ardilosa e
discrepante do que se tem decidido sobre o que se deve ensinar aos
nossos jovens. Esse texto se encaixa como luva na teoria de gênero,
apesar de questionável por se tratar da opinião de uma mulher polêmica,
feminista da mais retrógrada cepa, com linguajar que denigre as mulheres
comparando-as aos eunucos criando um limbo entre o homem e a mulher
muito em voga nos anos 60”.
Por outro lado, páginas feministas comemoravam a inclusão do tema na
prova. A jornalista Nádia Lapa, especialista em gênero e sexualidade,
afirmou que a questão é adequada ao momento político atual.
De fato, quem usa regularmente as redes sociais sabe do constante
embate que existe entre uma grande parcela conservadora de brasileiros
com aqueles que divulgam com orgulho as premissas ideológicas dos
movimentos de esquerda que governam o país.
Nos últimos 12 anos a maioria das escolas públicas e das
universidades tem se visto diante de uma forte doutrinação ideológica.
Os índices sobre educação no país são pífios, mas as sementes dos
ideais comunistas e anticristãos continuam sendo plantadas na massa
estudantil.
Como o ENEM reflete isso, nas redes ele está sendo chamado de ‘Vexame
Nacional do Ensino Médio Bolivariano’ e “Exame Nacional de Ensino
Marxista”. Nas 90 questões na prova de sábado, além de Simone de
Beauvoir, foram citados pensadores de esquerda como Paulo Freire e
Sérgio Buarque de Holanda. Também apareceu uma menção ao pensamento do
percursor do ateísmo moderno, Friedrich Nietzsche.
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