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O milagre dos monarcas: Marc Bloch investiga crença entre o poder e a superstição em Os Reis Taumaturgos

Em obra surpreendente à época, o historiador francês Marc Bloch faz uma analogia entre os reis e as crenças populares da Idade Média, transformando a narrativa em uma pesquisa singular e contemporânea

A partir do historiador francês, Marc Bloch, no século XX, relatar uma história nunca mais foi igual. Criador da Escola de Annales – movimento que revolucionou os métodos de pesquisa historiográfica, Bloch, redefiniu os estudos da humanidade e sobre a sociedade monarca, no livro Os Reis Taumaturgos.

Publicada pela editora dos clássicos, a Edipro, a obra apresenta notas do autor e ilustrações originais. Além disso, a escrita traz uma ótica inovadora à crença popular de que os reis eram capazes de operar milagres e salvar vidas apenas com o toque da mão.

Não muito diferente de algumas realidades atuais em que pessoas poderosas são elevadas como “mestres” da salvação, na época, os grandes monarcas também eram vistos de tal forma. Bloch avaliou a situação de poder X submissão, e fez isso a partir da análise da história política por meio da psicologia e da mentalidade popular.

Nesta narrativa, o escritor ilustra de forma bastante convincente os benefícios daqueles que eram denominados taumaturgos, ou seja, os curandeiros, e como conseguiam exercer tanta influência capaz de mantê-los intactos de revoltas e possíveis destituições por parte de revoluções populares.

Ao estudar, particularmente, as populações da França e da Inglaterra, o historiador detectou que esse tipo de crença alimentou o poder régio até o seu desaparecimento. Seguindo essa linha, foi possível para o autor avaliar o governo não só por medidas estatais, mas sim a partir de representações, crenças e hábitos sociais.

São muitas as questões identificadas e até mesmo respondidas em Os Reis Taumaturgos. Nele, Bloch foi capaz de revelar aspectos da monarquia como quando surgiu a crença que os reis eram taumaturgos, ou porque eram mais conhecidos por curar especificamente doenças escrófulas (manifestações externas da tuberculose, da sífilis e das micoses), e em que ponto os soberanos descobriram que essa superstição poderia ser utilizada politicamente.

Da Redação News

Por: Fernanda Baruffaldi

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