Vendida por R$ 2 a unidade, a lata de cerveja de 250 ml, conhecida em Salvador como “piriguete”, é a preferida dos foliões e vendedores no carnaval da capital baiana. De acordo com quem trabalha no circuito, ela é a mais procurada e a mais vendida na folia. A justificativa dos consumidores é simples. “Ela demora mais para esquentar”, afirma Danilo Silva, de 28 anos.
Piriguete é uma expressão usada para se referir a mulheres mais desinibidas e que costumam, inclusive, tomar a iniciativa quando se interessam por algum rapaz. Outra característica da mulher piriguete são as roupas ousadas usadas por elas, como saias e vestidos justos e curtos, além do salto alto. Os vendedores e consumidores não sabem explicar bem de onde veio o batismo da latinha mais famosa do carnaval.
Em todo o circuito há várias opções de bebida para o folião. A mais consumida é a cerveja, que é disponibilizada em lata (350 ml), a piriguete (250 ml) e o latão (473 ml). O preço mais encontrado pelo G1 na Barra foi de R$ 2 para todas elas, mas o latão também é vendido a R$ 4.
A lata de refrigerante, de 350 ml, e a garrafa de água, de 300 ml, também são vendidos por R$ 2. Para quem está em grupo, há promoções de cerveja, como por exemplo, uma piriguete por R$ 2 e três por R$ 5. O G1 não localizou ofertas para refrigerante e água na Barra.
Já o vendedor Roberto Júnior, de 17 anos, que trabalha há cinco no carnaval, aponta suas preferências. “Gosto do Chicletão [Chiclete com Banana] e de Robsão [cantor de pagode]”, indica.Os ambulantes que vão aos circuitos para trabalhar também aproveitam para ver os artistas preferidos e até paquerar, é o que afirma o vendedor de cervejas Domingos Santos, de 44 anos. Ele trabalha há 15 anos vendendo cerveja, refrigerante e água durante o carnaval na Barra. “A gente também se diverte, triste é que ninguém pode vir para cá. Os trios e a mulherada são a melhor parte para mim. Gosto de todo mundo [os artistas] que passam por aqui”, diz.
Reclamação
E há quem não tenha gostado nada das “piriguetes” neste carnaval. Lucas Santos, de 34 anos, que está acostumado a vender pelo menos 100 cocos em dias normais de verão, não tem superado as 20 vendas por dia no carnaval. "As pessoas estão esquecendo do coco. Que beba sua cerveja, mas que beba uma água de coco, também, para se hidratar”, argumenta o vendedor.
Comidas
Para comer, o folião encontra cachorro-quente com batata palha, vendido a R$ 2, pizza "Toda Boa", nome de um hit de sucesso da banda Psirico. O tamanho é um pouco maior do que a chamada "brotinho" e cada uma sai por R$ 5. Tem acarajé e abará, com camarão, por R$ 5, e cocadas de diversos sabores, além de bolinho de estudante e bolo de aipim, por R$ 3. As comidas típicas da Bahia são vendidas em tabuleiros como o do “Acarajé da Sônia”, localizado em frente ao Farol da Barra. “Estamos aqui sempre, independente do carnaval”, afirma a baiana.
O espetinho de churrasco, nos sabores carne, frango e coração de galinha, é vendido por R$ 3. Os carrinhos e barracas com o petisco estão espalhados por todo circuito.
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