Na campanha, eles usaram o discurso da renovação e da força da juventude. Com isso, transformaram o Nordeste na região do país com mais prefeitos jovens entre as capitais brasileiras. Das seis sedes estaduais que elegeram prefeitos com menos de 40 anos, quatro são de estados do Nordeste, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral.
Em 2008, foram apenas três eleitos nessa faixa etária em todo país. A média da idade dos prefeitos das capitais do Nordeste nas eleições 2008 foi de 49,5 anos. Em 2012 caiu para 44,5 anos.
Os novos prefeitos conseguiram, em sua maioria, derrotar forças políticas que já estavam na gestão das cidades há muito tempo. No Maranhão, por exemplo, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), 36 anos, derrotou no segundo turno João Castelo (PSDB), 75 anos, que tentava reeleição. “A população entendeu a nossa mensagem, a mensagem da mudança, da esperança”, afirmou Holanda após a confirmação de sua vitória.
O mais jovem dentre os prefeitos de capitais nordestinas é de Salvador, ACM Neto (DEM), 33 anos. “A população é muito criteriosa quando ela escolhe; mesmo quando aposta numa renovação, ela procura ver o histórico, a bagagem que a pessoa reúne. Nós temos dez anos de mandato parlamentar e uma vida pública sempre muito intensa observando os êxitos e as deficiências do que acontece no Brasil”, afirma o democrata.
O cearense Roberto Cláudio (PSB), 37, afirma que sua candidatura representava uma renovação do compromisso com as questões básicas e traz uma “nova política”. “A juventude em si não tem tanta importância. O mais importante é a mensagem da renovação. Obviamente que a garra, a disposição acaba se complementando. Minha juventude casa bem com a mensagem da renovação”, diz Roberto Cláudio.
Tecnologia
As redes sociais são instrumento que os prefeitos novos pretendem usar na gestão. “Vamos usar mecanismos tecnológicos para prestar contas à população. A gente quer ter um trabalho forte nas redes sociais aproveitando para buscar sugestões, reclamações e demandas da população e por outro lado prestar contas do que a prefeitura vai fazer”, indica ACM Neto.
As redes sociais são instrumento que os prefeitos novos pretendem usar na gestão. “Vamos usar mecanismos tecnológicos para prestar contas à população. A gente quer ter um trabalho forte nas redes sociais aproveitando para buscar sugestões, reclamações e demandas da população e por outro lado prestar contas do que a prefeitura vai fazer”, indica ACM Neto.
Segundo o cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia, Wilson Gomes, os jovens políticos geralmente vêm de famílias com tradição ou de movimentos sociais. Os prefeitos eleitos de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), 36, e de Salvador são exemplos do primeiro caso apontado por Gomes.
O avô do tucano, do qual herdou o nome, foi senador na década de 60 e o pai de Rui, Guilherme Palmeira, já foi prefeito de Maceió, governador de Alagoas e senador pelo estado. “O nome dele (do pai) me ajudou muito por ele ser um político respeitado”, afirma Rui.
Segundo ele, os outros candidatos à prefeitura de Maceió eram mais conhecidos no início da campanha eleitoral, mas a propaganda na TV o ajudou a popularizar sua candidatura. Rui estava em seu primeiro mandato como deputado federal quando foi eleito para administrar Maceió.
Capital Político
De acordo com o professor Wilson Gomes, jovens de famílias tradicionalmente políticas que se interessam pelo meio têm mais facilidade de conseguir um mandato, pois possuem o que chama de “capital político”. “Na esquerda, em geral, eles (políticos de pouca idade) vêm de movimentos sociais”, afirma Gomes.
De acordo com o professor Wilson Gomes, jovens de famílias tradicionalmente políticas que se interessam pelo meio têm mais facilidade de conseguir um mandato, pois possuem o que chama de “capital político”. “Na esquerda, em geral, eles (políticos de pouca idade) vêm de movimentos sociais”, afirma Gomes.
O cientista político Paulo Fábio Dantas pondera que a diminuição da idade dos prefeitos ainda não pode ser considerada uma tendência, mas sim um fenômeno político. “Ainda não é possível afirmar que é uma tendência que vai seguir pelas próximas eleições, mas é um fato político que merece ser observado”.
O professor indica que na eleição de 2012 teve mais probabilidade de um candidato novo conquistar as prefeituras já que a quantidade de prefeitos que poderiam se reeleger era menor. “A regra da reeleição de prefeitos foi criada em 96, sendo 2000 o primeiro ano onde se era possível ter reeleição.
Em 2004, os prefeitos eleitos em 96 não podiam se candidatar e isso estimulou a eleição de prefeitos novos. 2012 é um ano semelhante a 2004 onde há menos candidatos à reeleição”, explica Dantas. Dentre os prefeitos reeleitos em 2012 está Eduardo Paes (PMDB), do Rio de Janeiro, que tem 42 anos.
News SAJ
Correio
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