O Ministério Público proibiu o Clube dos 1.000 de realizar eventos musicais. O promotor Dr. Julimar Barreto explicou que esta decisão ocorreu após os moradores do bairro Santa Terezinha, em Santo Antônio de Jesus, terem reclamado da poluição sonora nos dias de festas. É importante ressaltar que o último grande evento do clube foi o Forró das Antigas com a participação das bandas Limão com Mel, Mastruz com Leite e Magníficos.
O promotor disse ter recebido uma representação da comunidade solicitando a proibição, pois a localização geográfica do clube favorece a propagação do som por toda cidade, sendo que os ruídos são ouvidos até no bairro Andaiá. “Não é mais adequando fazer shows naquele local. O Ministério Público não pode concordar que se afete toda uma comunidade por causa de ruídos”, frisou.
Dr. Julimar contou repórter Tino Alves que a direção já foi informada. “Fizemos um oficio para a Secretaria de Obras, um termo de ajustamento de conduta com o Clube, permitindo a realização de apenas um evento que já estava agendado", esclareceu.
“O Clube é todo rodeado de residências, a única solução possível seria fazer um isolamento acústico em uma área, mas fica inviável fazer eventos de grande porte em um espaço isolado acusticamente”, pontuou. Ainda disse existir inquérito civil direcionado ao Clube dos 100 e AABB, pois há pessoas que procuraram o Ministério Público reclamando que perderam o inquilino, pois não tem suportaram o barulho ocasionado, porém ressaltou que esses clubes serão chamados novamente para fazer um termo de ajustamento de conduta.
Segundo o promotor, o Ministério Público está com esta campanha contra a poluição sonora, pois é um problema que pode ocasionar confusões, lesões corporais e até homicídios. Após exibição da matéria na rádio Andaiá vários ouvintes ligaram para o programa Levante a Voz para opinar sobre o assunto. Cláudio criticou a decisão do Ministério Público e questionou se haverá proibição de todas as festas em Santo Antônio de Jesus. “Assim como as pessoas tem direito ao silêncio, nós que gostamos de eventos, temos o direito de nos divertimos”, lembrou. Já um ouvinte de prenome Antônio frisou a complexidade do assunto e considerou uma perseguição a ação do Ministério Público. “Desse jeito o São João também não vai existir, pois são quatro dias e incomoda muito a cidade”, pontuou. Vale lembrar que o São João é apenas uma vez ao ano e em casas de festas podem ocorrer todas as semanas.
Santo Antônio de Jesus tem quase 100 mil habitantes, por isso, de acordo o ouvinte Marcelo, a cidade não pode ficar extinta da realização de grandes shows. “ A gente entende o direito de silêncio, sono e tranquilidade da população, mas analisamos também que em grandes cidades , as festas acontecem”, lembrou.
O repórter Léo Valente pensa da seguinte forma: Esta é uma situação complicada, pois não há mais lugar nenhum de fazer festas na cidade. Por outro lado, não queria estar no lugar destes vizinhos que não dormem com estas festas. Mesmo que as festas sejam uma vez ou outra, mas ali tem moradores. Daqui a pouco, as pessoas irão ser proibidas de fazer shows na zona rural por morar pessoas lá também. A solução é esta? Acredito que deveria existir um debate sobre o assunto. Fico imaginando essas boates em Salvador, Rio de Janeiro e as demais cidades, pois em todo lugar tem vizinhos. É bom lembrar que a boat Kiss pegou fogo por causa da proteção acústica . Quem quiser fazer show tem de pensar em investimentos. Sabemos que os organizadores de Santo Antônio de Jesus não gostam de investir. Às vezes é um camarote mal feito e um espaço que não é arrumado.
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