Navios emborcados, carros e destroços foram varridos como brinquedos pela onda gigante provocada pelo terremoto de magnitude 8,9, que atingiu a costa nordeste do Japão nesta sexta-feira.
Ruas e áreas agrícolas das cidades costeiras foram inundadas por rios negros de destroços e lixo, às vezes em chamas, que levavam tudo o que encontravam pelo caminho, enquanto os habitantes tentavam se esquivar das águas em cima de prédios e viadutos.
Imagens aéreas mostram vastos campos de arroz sendo rapidamente inundados pelo fluxo d'água.
Em Miyagi, região mais afetada pela catástrofe, um estudante foi levado pelas águas, e o balanço de mortos continua subindo.
A gigantesca parede de água que se formou depois do pior terremoto da história do Japão entrou quilômetros adentro pela costa da ilha de Honshu, nordeste do Japão, arrastando casas e transformando os portos em cenários de desoladora devastação.
"Nunca vi nada como isto", disse Ken Hoshi, funcionário do governo de Ishinomaki, cidade portuária de Miyagi.
"A água chegou até a estação de trem", a centenas de metros da costa, indicou o funcionário, 41 anos, destacando que a cidade ficou completamente alagada.
"Estou preocupado, porque não consigo falar com a minha família. Mas como é meu dever, estou decidido a passar a noite aqui", afirmou, falando de seu escritório no 44º andar de um prédio do governo.
Nas áreas rurais próximas, a onda varreu as frágeis casas de madeira como se fossem de papel, e em questão de minutos devorou centenas de hectares de plantações.
Em Aomori, no extremo norte da ilha de Honshu, pelo menos cinco embarcações grandes, algumas emborcadas de cabeça para baixo, foram levadas pelas águas. Algumas foram paradas por árvores, outras, por conjuntos de lojas ou barreiras marítimas.
Em Ibaraki, era possível ver do alto grandes casas flutuando pela enchente, cercadas por dezenas de carros.
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